quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010


Queria postar este poema de Castro Alves a muito tempo, agora que consegui.
Aqui esta ele:

.. . Uma noite eu me lembro ... Ela dormia
Numa rede encostada molemente ...
Quase aberto o roupão ... Solto o cabelo
E o pé descalço do tapete rendas.
'Stava aberta uma janela. Um cheiro Agreste
Exalavam como silvas da campina ...
E ao longe, num pedaço do horizonte
Via-se uma noite plácida e divina.
De um jasmineiro os galhos encurvados,
Indiscretos entravam pela sala,
E de leve oscilando ao tom das auras
Iam na face trêmulos - beijá-la.
Era um quadro celeste! ... A cada afago
Mesmo em sonhos uma moça estremecia ...
Quando ela serenava ... Uma flor beijava-a ...
Quando ela ia beijar-lhe. . . Uma flor fugia. . .
Dir-se-ia que naquele doce instante
Brincavam Duas cândidas crianças ...
Uma brisa, que agitava como folhas verdes,
Fazia-lhe ondear como negras tranças!
E o ramo ora chegava ora afastava-se ...
Mas quando uma via despeitada um meio,
P'ra não zangá-la ... Sacudia Alegre
Uma chuva de pétalas no seio ...
Eu, fitando esta cena, repetia
Naquela noite lânguida e sentida:
"Ó flor!-Tu és uma virgem das campinas!
"Virgem!-Tu és um véu da minha vida"

...
P.s: excelente !
*ah, a Foto é minha : )

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